
Quando os primeiros relógios mecânicos foram criados - entre o século 12 e 14 - a referência que se tinha para marcar o tempo eram os sistemas mais rudimentares, como os relógios de Sol, que surgiram há mais de 5.000 anos antes de Cristo. Como estes foram inventados no hemisfério Norte, a sombra projetada pelo Sol se deslocava da esquerda para a direita, marcando o tempo desta maneira e nesse sentido. Os relógios de Sol são formados por uma haste que fica paralela ao eixo da Terra, ou seja, inclinada. Portanto, a sombra formada por esta haste indica a posição do Sol no momento, o que permitia que as pessoas tivessem uma noção do tempo mesmo antes dos relógios mecânicos. É importante salientar, portanto, que o sentido dos ponteiros nos relógios mecânicos simplesmente “copiaram” a direção das sombras do relógio de Sol. "A tendência da humanidade é sempre fazer uma máquina parecida com o funcionamento de um fenômeno natural já conhecido", explica o professor Vilmondes Rocha, diretor do curso de Matemática da Universidade Católica de Brasilia (UCB). Na prática, portanto, o sentido no qual os ponteiros se movem é pura convenção. “Se a porção de mundo tida como referência de civilização quando os relógios mecânicos surgiram fosse o hemisfério Sul, o sentido horário seria o inverso, da direita para a esquerda”, diz o professor. Ou seja, a marcação de tempo não teria diferença nenhuma se fosse ao contrário do que é hoje nos relógios. O sentido horário – da esquerda para direita – acabou se tornando referência para muitas outras coisas. “A escala de temperatura e de números inteiros, por exemplo – positivo é à direita do zero e negativo à esquerda - segue o padrão horário, mas se fosse o inverso, daria no mesmo”, afirma o professor Vilmondes.
Fonte da pesquisa:Site Nova Escola